O MENSAGEIRO - 10/2023
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CONCEITOS ESPÍRITAS: ESCLARECENDO E DESMISTIFICANDO
MEDIUNIDADE, LOUCURA E OBSESSÃO Nilza V. Mello Mediunidade é a faculdade inerente ao ser humano, que permite o intercâmbio entre os encarnados e os desencarnados. Loucura é o distúrbio mental que impede alguém de viver em sociedade, definido pela incapacidade de agir, sentir ou pensar. É doença da alma. Uma pessoa que tem predisposição à loucura, num dado momento, os desequilíbrios mentais de toda a ordem (esquizofrenia, psicose, recalques, traumatismos) a fazem irromper. Entretanto, é necessário enfatizar que essas distonias já se encontram em gérmen na constituição fisiológica ou patológica do indivíduo. A obsessão é a ação persistente ou domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre outras pessoas. É praticada pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar. Apresentam caracteres muitos diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo das faculdades mentais. A obsessão não se origina de nenhuma lesão cerebral, mas da subjugação que Espíritos malfazejos exercem sobre certos indivíduos e têm, por vezes, as aparências da loucura propriamente dita. Os casos de obsessão são tão frequentes que não é exagero dizer que nos hospícios de alienados, mais da metade deles têm a aparência de loucura. Nesse caso, a medicação ordinária não é eficaz. O único meio de triunfar sobre ela é agir não sobre a doença, mas sobre o Espírito obsessor. O objetivo deste texto é mostrar, da forma mais clara possível, que há diferenças evidentes entre mediunidade, loucura e obsessão. A mediunidade não provoca loucura. Não é doença, quando a loucura se alastra, é que o próprio Espírito encarnado possui os requisitos que lhe facultam a manifestação. As causas da loucura estão nas ações más que geram desequilíbrio na alma, que se transferem, também, para o corpo e que, sem dúvida, todas estão englobadas nas Leis de Causa e Efeito. Na questão 211, número 05, de “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, o mestre lionês pergunta aos Espíritos se a mediunidade poderia produzir loucura. Os Espíritos dizem que “não produziria, mais do que qualquer outra coisa, se a fraqueza do cérebro não oferecesse predisposição para isso.” Há pessoas que atribuem ao Espiritismo a causa da maioria dos casos de loucura, mas Kardec, já tinha advertido, desde a publicação de “O Livro dos Espíritos”, em 1857, que a causa real da loucura não está nas ideias ou nas crenças das pessoas, mas na sua condição mental ou cerebral. Hoje, felizmente, nos meios científicos, chegou-se à compreensão da verdade ensinada por Kardec: o Espiritismo bem compreendido é um preservativo contra a loucura. Bibliografia: “O Livro dos Médiuns” – Allan Kardec
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A CODIFICAÇÃO Rogério Coelho
“Se algum dia, eu disser algo diferente do que disse Jesus e Kardec, fique com eles e abandone-me.” – Emmanuel
Lúcidas e coerentes, como sempre, estas palavras de Emmanuel foram dirigidas ao médium Francisco C. Xavier, quando aquele pretendia se utilizar dos recursos mediúnicos deste para o trabalho de divulgação da Doutrina dos Espíritos. O caminho seguido pelas informações dos Espíritos passou primeiro por dois poderosos filtros chamados Jesus e Kardec, sendo enfeixados em síntese em “O Livro dos Espíritos” e ampliados depois nos livros: “A Gênese”, “O Livro dos Médiuns”, “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e “O Céu e o Inferno”, que constituem o Pentateuco, indivisível bloco monolítico. Assim, todo livro subsidiário não poderá se deslocar da órbita desses livros que são a base do Espiritismo. Destarte, quem deseja escrever ou falar sobre Espiritismo, tem necessariamente que se balizar pelos parâmetros básicos, sob pena de caracterizar conteúdos apócrifos pela não observância de tais critérios. Espíritas amai-vos; Espíritas instrui-vos; é a sempre oportuna conclamação do Espírito de Verdade. Instruamo-nos, portanto, principalmente nas fontes básicas, o que nos ensejará maiores condições de avaliar e separar o joio do trigo. No livro “A Gênese”, Capítulo I, item 52, Kardec faz notar que “em parte alguma, o ensino Espírita foi dado integralmente. Ele diz respeito a tão grande número de observações, a assuntos tão diferentes, exigindo conhecimentos e aptidões mediúnicas, que impossível era acharem-se reunidas num mesmo ponto todas as condições necessárias. Tendo o ensino que ser coletivo e não individual, os Espíritos dividiram o trabalho, disse- minando os assuntos de estudo e observação como, em algumas fábricas, a confecção de cada parte de um mesmo objeto é repartida por diversos operários. A revelação fez-se, assim, parcialmente em diversos lugares e por uma multidão de intermediários e é dessa maneira que prossegue ainda, pois nem tudo foi revelado. Cada centro encontra nos outros centros o complemento do que obtém, e foi o conjunto, a coordenação de todos os ensinos parciais que constituíram o Espiritismo. Era, pois, necessário grupar os fatos espalhados, para se lhes apreender a correlação, reunir os documentos diversos, as instruções dadas pelos Espíritos sobre todos os pontos e sobre todos os assuntos, para as comparar, analisar, estudar-lhes as analogias e as diferenças. Vindo as comunicações de Espíritos de todas as partes, de todas as ordens, mais ou menos esclarecidos, era preciso apreciar o grau de confiança que a razão permita conceder-lhes, distinguir as ideias sistemáticas individuais ou isoladas das que tinham a sanção do ensino geral dos Espíritos, as utopias das ideias práticas, afastar as que eram notoriamente desmentidas pelos dados da ciên- cia positiva e da lógica, utilizar igualmente os erros, as informações fornecidas pelos Espíritos, mesmo os da mais baixa categoria, para conhecimento de estado do mundo invisível e formar com isso um todo homogêneo. Era preciso, numa palavra, um centro de elaboração, independente de qualquer ideia preconcebida, de todo prejuízo de seita, resolvi- do a aceitar a verdade tornada evidente, embora contrária às opiniões pessoais. “Este centro se formou por si mesmo, pela força das coisas e sem desígnio premeditado.” O Espiritismo estará preservado dos cismas? “Não, certamente,” – responde Kardec no livro “Obras Póstumas” no capítulo referente à constituição do Espiritismo – “porque terá, sobretudo no começo, de lutar contra as ideias pessoais, sempre absolutas, tenazes, refratárias a se amalgamarem com as ideias dos demais; e contra a ambição dos que, a despeito de tudo, se empenham por ligar seus nomes a uma inovação qualquer;– dos que criam novidades só para poderem dizer que não pensam e agem como os outros, pois lhes sofre o amor-próprio por ocuparem uma posição secundária. Se, porém, o Espiritismo não puder escapar às fraquezas humanas com as quais se tem de contar sempre, pode, todavia, neutralizar-lhes as consequências e isso é essencial. Consequentemente , seitas poderão formar-se ao lado da Doutrina, seitas que não lhe adotem os princípios ou todos os princípios, porém, não dentro da Doutrina, por efeito da interpretação dos textos, como tantas se formaram sobre o sentido das próprias palavras do Evangelho. É esse um primeiro ponto de capital importância. O segundo ponto está em não se sair do âmbito das ideias práticas. Se é certo que a utopia da véspera se torna – muitas vezes – a verdade do dia seguinte, deixemos que o dia seguinte realize a utopia da véspera, porém, não atravanquemos a Doutrina de princípios que possam ser considerados quiméricos e fazer que a repilam os homens positivos. O terceiro ponto, enfim, é inerente ao caráter essencialmente progressivo da Doutrina. Pelo fato de ela não se embalar com sonhos irrealizáveis, não se segue que se imobilize no presente. Apoiada tão somente nas Leis da Natureza, não pode variar mais do que estas leis; mas, se uma nova lei for descoberta, tem ela de se por de acordo com essa lei. Não lhe cabe fechar a porta a nenhum progresso, sob pe- na de se suicidar. Assimilando todas as ideias reconhecidamente justas, de qualquer ordem que sejam, físicas ou metafísicas, ela jamais será ultrapassada, constituindo isso uma das principais garantias da sua perpetuidade. Acrescentamos que a tolerância, fruto da caridade, que constitui a base da Doutrina Espírita, lhe impõe como um dever respeitar todas as crenças. Querendo ser aceita livremente, por convicção e não por constrangimento, proclamando a liberdade de consciência um direito natural imprescritível, diz: Se tenho razão, todos acabarão por pensar como eu; se estou em erro, acabarei por pensar como os outros. “Em virtude destes princípios, não atirando pedras a ninguém, ela nenhum pretexto dará para represálias e deixará aos dissidentes toda a responsabilidade de suas palavras e seus atos.” Kardec ainda nos alerta: “(…) Não faltarão intrigantes, pseudo-espíritas, que queiram se elevar por orgulho, ambição ou cupidez; outros que estadeiem pretensas revelações com o auxílio das quais procurem salientar-se e fascinar as imaginações por demais crédulas. É também de prever que, sob falsas aparências, indivíduos haja que tentem apoderar-se do leme, com a ideia preconcebida de fazerem soçobrar o navio, desviando-o de sua rota. O navio não soçobrará, mas poderia sofrer prejuízos como atrasos que se devem evitar.” Acreditamos nada ter a acrescentar às palavras de Kardec, por demais claras e judiciosas. Por elas concluímos que verdadeiro Espírita será também aquele que guardar fidelidade à Codificação Kardequiana. |
SEJA LUZ A luz é uma expansão da eletricidade, quando refratada produz cores. A cor é um reflexo da luz. Refletimos a sombra porque ainda desconhecemos como lidar com nossas emoções e sentimentos. Buscamos no paradigma materialista – o prazer do hoje- que não acrescentam em nada o bem estar emocional. Ao refletir a luz do amor produziremos cores em sentimentos. Podemos produzir a fraternidade e a solidariedade, que são reflexos da luz que trazemos, mas para isso é necessário. 1-Crer em Deus e na vida futura. 2-Não desejar além do seu alcance, embora precise em algum momento, mas é preciso priorizar e entender se é hora de fazer, se é necessário. 3-Libertar-se da algema econômica, dar do que tem. 4-Conhecer a ti mesmo. Somos um feixe de luz embaçado num corpo de carne. E para refletir as cores do sentimento que nos falta é necessário viver o auxilio ao próximo, prestando um serviço e adicionando algo que não possa ser comparado ou medido com aplausos ou dinheiro, mas com sinceridade e integridade, acolhimento. Só cresceremos quando olharmos os nossos erros e defeitos vencendo nossas más tendências, para poder refratar a luz divina que trazermos dentro de nós. São as experimentações e vivencias na caridade que atingiremos a possibilidade de refratar as cores do Amor, respeito, liberdade e fé. Ao iluminarmos, não mais faremos sombras e nem nos identificaremos com elas, prosseguiremos iluminando o caminho dos que ainda não entenderam que apenas o Amor é a energia que constrói. Seja luz Lea C. Micelli Diretora do Departamento de Assistência e Promoção Social da USE Intermunicipal de Araraquara |
O MESTRE DOS MESTRES
Arlett R. Celli Matheus
Outubro é um mês em que se homenageia Kardec, a Criança, o Professor, a Educação. Jesus é o maior dos Mestres, é nosso modelo e guia. Trouxe a grande missão, com uma didática especial, de despertar a humanidade para o Reino de Deus. Valeu-se de todas as oportunidades para sensibilizar os corações cristalizados no egoísmo e no orgulho. Em O Sermão da Montanha, mostra as recompensas que as virtudes conquistadas podem propiciar, fala das bem aventuranças que se pode alcançar quando se tem puro o coração, quando se é brando e pacífico, quando se usa de misericórdia para com o próximo. “A Cada Um Segundo Suas Obras”, afirma Ele, mostrando que a justiça divina não se assenta em prêmios e castigos. Alertou para vida futura e para a transitoriedade da vida terrena. Dedicou-se a despertar a consciência do homem para sua condição de ser espiritual em passagem pela terra, herdeiro dos próprios atos. Indicou os melhores caminhos a seguir, enfatizou o amor, o espírito fraterno, recomendando que se fizesse ao outro o que se desejasse para si próprio. Colaboradores do Cristo, através dos tempos, tem se dedicado a reforçar a mensagem divina para esclarecer, despertar o raciocínio, ensinar e educar-nos para o Bem e para o Amor. Entre eles Allan Kardec, o Codificador, cujas obras nos apresentam o cristianismo redivivo O ser humano, no entanto, devido ao nível evolutivo em que estagia, não assimilou ainda as lições do Cristo e de seus mensageiros. Dominado pelos interesses da matéria e preocupado com a vida após a morte, intitula-se cristão, filia-se a uma religião, mais por dever, por tradição, uma forma de ganhar o céu, sem penetrar na verdadeira essência dos ensinamentos do Mestre. Pensa nas recompensas que pode alcançar cumprindo as “obrigações”, envolvido ainda no dar para receber, sem ter desenvolvido o verdadeiro amor, que é espontâneo e desinteressado. É natural o anseio humano de ser feliz, enquanto jornadeia por aqui e depois quando partir pelas portas da morte. Na ânsia de ser feliz, porém, muitas vezes não escolhe os melhores caminhos, vale-se dos oportunismos sem preocupação com os estragos que possa causar ao irmão ou irmãos de caminhada e acaba afastando-se da felicidade que procura, comprometendo o próprio futuro como espirito. Na Doutrina Espírita, o esclarecimento, a essência da mensagem de Jesus é realçado. O compromisso da reforma íntima, o hábito de analisar pensamentos e atos, avaliar o que é preciso corrigir e melhorar é intensamente estimulado. Convite ao auto aprimoramento, tarefa individual e permanente. Assim como Jesus, a Doutrina Espírita centra-se no processo da educação a que espíritos encarnados ou desencarnados, estão sujeitos. Na Terra, os Professores, são os grandes colaboradores de Jesus. Em suas diferentes especialidades, com seu saber e suas técnicas estimulam o desenvolvimento da inteligência, esforçam-se por fortalecer valores morais, aperfeiçoar o caráter. Encaminham gerações. Trabalham para que o educando se torne consciente do mundo em que vive, para que desperte o senso crítico, analise o que lhe sucede, saiba endereçar suas escolhas produtivamente, no interesse próprio e da coletividade. Essa atitude do profissional realmente envolvido com a tarefa educativa é um dos fatores do progresso pessoal e da coletividade. A Educação no Lar, na Escola, nas hostes religiosas, nos princípios de Leis éticas e nobres, tem a proposta intrínseca de oferecer ao mundo cidadãos dignos, profissionais competentes e íntegros, pessoas mais conscientes e felizes. Mostra a estatística que a quase a totalidade dos jovens transgressores são analfabetos totais ou funcionais. Oriundos de lares desestruturados, crescem sem limites, sem princípios, abandonados aos próprios instintos. Hoje nossas escolas estão muito voltadas para resultados de aprovação, preparo para as Universidades e estas para o Mercado de Trabalho, em detrimento muitas vezes de maior zelo com princípios de dignidade. O Professor, como os pais, educadores naturais, precisam ver a criança, o jovem, como um ser dual, que exige preparo para vencer no mundo material e necessita, igualmente, de ser trabalhado em valores e virtudes como espírito imortal que é. Precisa ser visto como ser integral e trabalhado holisticamente, para ser peça importante na construção de um Mundo Novo e na conquista da própria felicidade. O Professor tem uma grande Missão, atrelada a uma Profissão. ELE É COAUTOR COM JESUS NO DESABROCHAR DO HOMEM NOVO. |
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